A saúde mental é parte integrante do nosso bem-estar global. No entanto, ainda hoje, o estigma e os preconceitos associados a este tema impedem muitas pessoas de procurar a ajuda de que realmente precisam.
Na Trasesa, acreditamos que falar abertamente sobre saúde mental é um ato de coragem e de transformação. É preciso criar espaços seguros, partilhar experiências e educar a sociedade para quebrar barreiras invisíveis que ainda condicionam tantas vidas. Porque a verdade é simples: todos temos saúde mental — e todos merecemos cuidar dela.
O que é o estigma associado à saúde mental?
O estigma é um conjunto de crenças negativas e preconceituosas que rotulam injustamente as pessoas com problemas de saúde mental. Pode manifestar-se de várias formas — desde comentários depreciativos, exclusão social ou mesmo discriminação institucional — e tem consequências reais e profundas: o isolamento, o silêncio, o medo e a vergonha.
Muitas pessoas deixam de procurar apoio psicológico com receio de serem vistas como “fracas”, “desequilibradas” ou “menos capazes”. Esta visão desatualizada e injusta perpetua o sofrimento e impede a construção de comunidades mais saudáveis, empáticas e inclusivas.
Porque é tão importante quebrar o estigma?
Quebrar o estigma é essencial para promover o acesso à saúde mental de forma digna e eficaz. Quando criamos um ambiente onde todos se sentem confortáveis para falar sobre as suas emoções, pedir ajuda e partilhar dificuldades, estamos a contribuir para uma sociedade mais humana e mais consciente.
Além disso, ao desmistificar a saúde mental, ajudamos a normalizar o seu cuidado — da mesma forma que cuidamos da saúde física, sem vergonha nem tabu. Afinal, procurar apoio psicológico não é sinal de fraqueza, mas de maturidade, autoconsciência e responsabilidade.
Como podemos todos contribuir?
A mudança começa em cada um de nós. Aqui estão quatro formas práticas de combater o estigma no dia a dia:
1. Criar espaços seguros
É fundamental promover ambientes — no trabalho, em casa ou no grupo de amigos — onde as pessoas se sintam seguras para partilhar o que estão a viver, sem receio de julgamento. Estar disponível para ouvir, acolher sem criticar e respeitar os sentimentos do outro são atitudes simples que fazem toda a diferença.
Se tem uma posição de liderança, por exemplo, incentive conversas abertas sobre saúde mental. Se tem um amigo a passar por uma fase difícil, pergunte como pode apoiar. A empatia é a base de qualquer espaço seguro.
2. Dar o exemplo
Falar sobre a própria experiência com saúde mental é um gesto poderoso. Quando alguém partilha a sua história, cria pontes com os outros, humaniza o tema e encoraja quem ainda está em silêncio a dar o primeiro passo.
Não é preciso expor tudo, mas pequenos testemunhos — como “também já me senti assim” ou “a terapia ajudou-me muito” — têm um impacto gigante. Mostram que não estamos sozinhos e que é possível ultrapassar os desafios.
3. Desafiar estereótipos
Sempre que ouvir comentários preconceituosos ou desinformados, não tenha receio de intervir com empatia e informação. Frases como “isso é só fraqueza” ou “é só uma fase” devem ser substituídas por compreensão e conhecimento.
Também pode partilhar histórias inspiradoras de pessoas que lidaram com problemas de saúde mental e encontraram formas de os gerir e superar. Mostrar que a recuperação é possível ajuda a mudar perceções e a reforçar a esperança.
4. Promover empatia
A empatia é a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro. É escutar com atenção, validar sentimentos e oferecer apoio sem tentar “resolver” tudo. Muitas vezes, quem está a sofrer só precisa de ser ouvido e compreendido.
Praticar empatia também significa educar-se sobre saúde mental, aprender a reconhecer sinais de alerta e estar disponível para acompanhar quem precisa — sem críticas, sem pressas, com o coração aberto.
Juntos, podemos mudar o panorama da saúde mental
Combater o estigma não é uma tarefa individual — é um movimento coletivo. Começa nas pequenas ações e cresce com cada conversa, cada gesto, cada escuta atenta. Quando falamos abertamente sobre o que sentimos, quando acolhemos o outro com respeito e quando normalizamos o cuidado psicológico, estamos a construir uma sociedade mais saudável e mais justa.
Na Trasesa, estamos comprometidos com esta missão. Acreditamos que a saúde mental é um direito de todos e que procurar ajuda é um sinal de força, não de fraqueza. Se sente que precisa de apoio, ou conhece alguém que precise, saiba que não está sozinho(a).